sábado, 15 de fevereiro de 2014

Iquique a Cusco, a capital Inca.

Se a Petrollera não quer ir, então fique!
A viagem de Iquique a Cusco é bem cansativa. Primeiramente pega-se um taxi para o local de saída do ônibus, no caso o Mercado Central, as 02h da manhã. De lá toma-se o ônibus para Arica, divisa com o Peru. Pega-se outro ônibus de Arica até Tacna, já no Peru, fazendo-se a Aduana de saída do Chile e entrada no Peru, que foi relativamente rápida. De Tacna toma-se outro ônibus que, em nosso caso, fomos por Arequipa e aguardamos das 12h até as 20h:30 para embarcarmos (ou onibusarmos?) para Cusco, onde chegamos as 09h do outro dia, ou seja, 31 horas de viagem (foto).
Essa parada em Arequipa foi muito boa. Pegamos um taxi (que é muito barato no Peru) até a Plaza de Armas que, nas cidades colonizadas por espanhóis, é a praça central. Muito bonita e lembra muito as cidades da Espanha.
Lá comemos o prato típico de Arequipa: rocóto relleno. Rocóto é um tipo de pimentão, mais carnoso e apimentado, e o recheio (relleno) é de carne com muito queijo. É levado ao forno e vem o queijo derretido, borbulhando e escorrendo pelo rocóto! Uma delícia!!! Acompanha, é claro, uma Arequipeña. Gente, uma cerveja Arequipeña! Ah, também provamos a famosa cerveja de coca.
Curiosidade: constatação e opinião – A relação entre o Chile, Peru e Bolívia é semelhante a nossa: Brasil, Argentina e Paraguai. Chile e Peru são inimigos figadais e a Bolívia tratada como “colônia” pelos dois. É claro que a encrenca entre Peru e Chile é muito mais séria que a nossa com a Argentina, que versa apenas sobre futebol e outras coisinhas, como o ar soberbo e prepotente dos portenhos, que nos irritam. Abro um parêntese para dizer que os “malas” são só os de Buenos Aires, pois os demais argentinos são amistosos e simpáticos, inclusive eles mesmos não gostam dos “da capital”. Voltando a encrenca do Peru e Chile, eles têm problemas sérios de fronteira que remontam a vários conflitos, em especial a Guerra do Salitre, ou Guerra do Pacífico. Nessa guerra (1879 – 1883) o Peru, que se aliou com a Bolívia, perdeu parte de seu território (a região de Arica e Iquique), e a Bolívia perdeu a região de Antofogasta, São Pedro de Atacama e, o mais importante, a saída ao mar (Oceano Pacífico). Nessa encrenca toda, mais pela arrogância da maioria dos chilenos do que pelo conhecimento profundo sobre as questões, sou mais Peru, que lá eles escrevem acentuado: Perú. Aliás, até o Tribunal de Haia, nesse mês, decidiu favoravelmente ao Peru em uma disputa sobre o mar territorial com o Chile.
Muy bien! Voltando ao assunto Cusco, a capital Inca, é uma cidade linda e ao mesmo tempo sociologicamente deprimente. Em todos os prédios históricos da cidade estão impressos, indelevelmente, o processo de dominação e opressão da colonização espanhola. Em Cusco, após a tomada e dominação espanhola, aonde existia um templo sagrado dos Incas, esse foi destruído e construído sobre sua base de pedras uma igreja católica.
Ainda bem que a cidade sagrada de Machu Picchu não foi descoberta e nem dominada por ninguém. Assim, em Machu Picchu pode ser visto e apreciado todo conjunto arquitetônico e suas diversas finalidades, sem intervenções, nuas e cruas e, verdadeiramente, ser observado um inestimável patrimônio da humanidade.
Mas vamos deixar para depois. Machu Picchu e outras belezas da região serão assuntos para outras postagens.
Até mais.

João/Ana/Moreno
Los Reyes de La Ruta 40