Depois
de ser “esfolado” pelos policiais do Peru, seguimos de Puno a Cusco. Viagem
tranqüila e sem problemas. Paisagem bonita na estrada, mas como alertou um
grande companheiro, Franklin Galvão, emérito professor da UFPr – Escola de
Floresta, o Peru está bem degradado em termos de ecossistemas naturais. A
Bolívia é bem mais conservada, principalmente no altiplano andino.
Chegamos
a Cusco, nos alojamos no Hostel Ukukus e fomos ao centro da cidade, apreciar a
Plaza de Armas e ajustar os passeios pelos atrativos.
Compramos
os pacotes turísticos: city tour com Qorikancha (Templo do Sol), Saqsaywaman,
Tambomachay (“lugar de descanso” – destinado ao culto da água), Q'inqu (“labirinto”) e, a maior atração, Machupicchu.
Para Machupicchu optamos pela rota da Hidreléctrica. Essa rota foi uma sugestão do
Moreno, que no ano anterior a tinha feito.
Para
esse pacote todo, incluindo translado (van de Cusco a Hidreléctrica), ingresso
de entrada em Machupicchu , guia, duas noites em Águas Calientes – agora
denominada de Pueblo Machupicchu - com jantar incluído e lanches, pagamos US$
110,00 por pessoa. Achamos o preço bom, pois se optássemos por ida em van e
trem, o custo iria para US$ 220,00 por pessoa.
Fizemos
o passeio pelos atrativos ao redor de Cusco, que é algo de excepcional.
Visualizar as fotos já é uma coisa fantástica, mas quando você conhece a
história, as passagens, os fatos que aconteceram, os registros antecedentes...
as fotos tem outro valor, outro significado. Por isso dizemos: fotos lindas,
estampam a paisagem, mas fica o vazio da história.
Preencher
esse vazio, só indo lá, escutar, refletir... e, daí, as fotos tomarão outras
cores.
Qorikancha (Templo do Sol) - O sistema de dominação cultural dos espanhóis foi esse: onde havia um templo Inca ele foi destruído e em cima foi construído uma igreja católica.
Saqsaywaman
No
dia da viagem de van para Hidreléctrica nos preparamos, pois fomos alertados
pelo Moreno que a viagem ia ser perigosa. Estrada estreita, de terra, sobre
precipícios, que ao menor vacilo poderia ser fatal. A todos da van!!! Quem tem
medo de ribanceira deve colocar um tapa-olho, respirar fundo e relaxar.
Saímos
cedo de Cusco, almoçamos no caminho (incluso no pacote) e chegamos as 16:00 na
Hidreléctrica. De lá tem que fazer uma caminhada de 10km sobre os trilhos de
trem. Nosso receio era pegar a noite no caminho, pois não tem luminosidade e
caminhar a noite sobre trilho de trem é bastante perigoso: uma torção de pé e
pronto, acaba o passeio!

Estrada para Hidreléctrica. Estrada asfáltica e de terra (rípio).
Caminhamos
firmes e chegamos já anoitecendo em Pueblo Machupicchu . O guia estava nos
esperando, nos levou ao hostel e combinamos de jantar juntos (incluso no
pacote) para ele nos passar os detalhes da subida no outro dia para Machupicchu .
Jantar
agradável, com cardápio de “trucha a lo pobre”, cervejas e fomos descansar para
o outro dia estar bem.
E estávamos
bem!
Passeio
maravilhoso! Não contaremos detalhes históricos do local, pois na internet tem muita
informação e, também, já fizemos isso em “posts” anteriores nesse blog. (ver: http://elreydelaruta40.blogspot.com.br/2014/02/machu-picchu-cidade-sagrada-jamais.html).
As
fotos mostrarão um pouco das belezas do local (para ampliar, click em cima da foto).



Machupicchu desde a Porta do Sol - Inti Punku
Equipe Petrollera II
Machupicchu desde a Porta do Sol - Inti Punku
Moreno e Taiana em 2016 e 1997
Equipe Petrollera II
Percebemos
que a cada ano o sistema do tour em Machupicchu está mudando. Ficando cada vez
mais restrito. Há locais onde o guia não te leva mais. Agora eles estão levando
um álbum de fotos e quando falam de um lugar que tem história e não passaremos,
ele mostra as fotos.
Sabemos
que tem que ter um processo organizacional no roteiro do passeio, que tem
locais mais sensíveis, que o pisoteio e passagem de muitas pessoas vai acabar
impactando o local. Pudemos perceber nessa visita que está mais restrito os
locais de acesso e que tende a cada dia ficar pior, em termos de restrição. Por
isso indicamos: quem tiver intenção de ir a Machupicchu, que vá logo, antes que
o acesso fique tão restrito que você verá Machupicchu só de longe.
Eu
(João Batista) e o Moreno fomos pela quarta vez a Machupicchu. Não cansamos de
ir e todas as vezes foi espetacular.
As
idas anteriores que eu fui foi assim: uma vez de Cusco a Machupicchu de
trem (o custo atual é US$ 280,00/pessoa), outra vez pelo Caminho Inca e uma vez
de Cusco a Ollantaitambo de van e de lá de trem até Machupicchu (custo atual
US$ 220,00/pessoa). Com as experiências acumuladas eu digo que o roteiro do
Caminho Inca é incontestavelmente o mais aventureiro e bonito, mas é restrito a
quem tem bom condicionamento físico.
Quem
não tem um bom condicionamento físico, mas não tem problemas de caminhar, vá pela
Hidreléctrica (US$ 110,00/pessoa). É muito mais interessante do que de trem.
E
a caminhada da Hidreléctrica até Machupicchu é tranqüila. Caminho plano e
sossegado.
Parodiando
o poeta:
“Anda,
Com
o pé eu vou
Que
o pé não costuma faiá”!
Vá,
caminhe!!!