O
portão se abriu as 5 da manhã e a nossa aventura continuou; tínhamos uma subida
de 1400 metros para fazer em 1h 30 min, já que nosso guia estaria nos esperando
lá em cima as 6:30, e a subida foi literalmente A subida! Imagine uma escada de
aproximadamente 1200 metros localizada a mais de 2400 metros acima do nível do
mar! A subida foi cansativa ao extremo, porém recompensadora. Acreditamos que
esse sacrifico seja necessário, já que estamos entrando numa cidade sagrada.
O
Machu Picchu que conhecemos hoje foi oficialmente redescoberto em 1911 por um professor
norte-americano da Universidade de Yale, Hiram Bingham, quando os espanhóis
chegaram ao Peru não chegaram a invadir a cidade e por isso ela foi apelidada
como a "cidade perdida", que na verdade já não é tão perdida assim,
pois milhares de turistas a descobre todos os dias. Ainda hoje não se sabe o
real propósito do Machu Picchu, apenas que sua localização entre as montanhas
mais altas indicam uma aproximação com os deuses e, além disso, elas estão em
alinhamento com importantes eventos astronômicos. Tão impressionante quanto
tudo o que se vê são as características de engenharia super avançadas, uma
delas é o uso de pedras precisamente cortadas para serem encaixadas sem o uso
de argamassa, nosso guia nos explicou que uma das vantagens dessa técnica é que
se terremotos atingissem a região as pedras se moveriam de acordo com o
movimento da terra e depois se reassentavam, impedindo o colapso das
construções.
A
cada passo em Machu Picchu é um novo descobrimento, é um lugar cheio de
história e cultura, que é possível ser sentido através da energia e do contato
próximo e direto com a natureza.
Realizamos
toda a visita guiada e depois fomos apenas nós 4 visitar os pontos que não
tínhamos passado. O destino era El Templo Del Condór, porém numa entrada antes
nós nos perdemos, e em meio aquela imensidão de pessoas e lugar apenas o sol
poderia nos ajudar, mas o tempo estava fechado. Como nosso tempo de visita era
curto, tínhamos que começar a caminhada de volta a hidrelétrica até as 11:30,
individualmente resolvemos voltar para a entrada principal e finalmente depois
de muita procura e preocupação nos encontramos, sãos e salvos.
Ainda
estávamos derrotados com a subida, mas tínhamos mais uma descida de 1200 metros
e 10km para andar até a hidrelétrica, onde tomaríamos a van de volta à Cusco.
No fim, a descida nos tomou 34 minutos e a volta mais duas horas e meia, pois
fomos parando em todas as cachoeiras para molhar o pé e refrescar-nos. Quando
chegamos na van a sensação de liberdade e de dever cumprido nos invadiu. A
caminhada compensou e se auto recompensou; natureza, energia e endorfina. Ainda
assim recomendamos que a subida de Águas Calientes até Machu Picchu seja feita
de ônibus, pois a subida é longa e exaustiva e por isso se gasta muito tempo e
energia antes de visitar o Patrimônio da Humanidade.
Já
era tarde da noite quando chegamos em Cusco, prontos para uma bela noite de
sono após dois dias repletos de memórias inesquecíveis. O dia seguinte já seria
a noite de ano novo, que em Cusco recomenda-se passar a virada na praça, Plaza
de Armas, tanto turistas e locais vão para lá, onde há uma linda festa com
direito a queima de fogos pertinho de você; tão perto que chega a ser perigoso,
qualquer um pode estourar um rojão e esses podem ter algumas falhas e estourar
no seu pé ou passar próximo de você. Cuide-se!
A
nossa noite foi maravilhosa! O casal Fernanda e Moreno foi ter um jantar
romântico num restaurante típico, Ima Sumaq, e como bons "críticos
culinários" não aceitamos de primeira o prato que veio a nossa mesa,
pedimos para trocar - pedimos uma carne de Carneiro, que estava praticamente
congelada, e um filé de leitão andino, que estava muito seco. Apesar da bela
apresentação do prato e do atendimento razoável, a comida não valeu a pena; por
isso não recomendamos o restaurante - o valor não condiz com a qualidade do
produto. Os meninos comeram um lanche na rua (o que rendeu ao Canini uma bela
indigestão no dia seguinte) juntamente com o pessoal que encontramos no hostel em
que ficamos hospedados, depois nos encontramos na praça e fizemos uma linda
festa!
O
primeiro dia do ano contou com a típica "reunião em família", mas
dessa vez os amigos foram a família que nos permitiram escolher. O hostel
Ukukus nos deu a oportunidade de encontrar e reencontrar amigos que conhecemos
durante a viagem. Fizemos um almoço para um peruano, frances, australiano,
chinês, brasileiros, argentinos e alemães. A cozinha era grande e tivemos
espaço para fazer a festa! Assim, não poderíamos deixar de recomendar o hostel
e agradecer pela hospitalidade e gentileza que todo o staff nos ofereceu. E aos
nossos amigos um MUITO OBRIGADA pela companhia e boas energias!
Saímos
de Cusco naquele dia a noite rumo a Iquique e fizemos o mesmo caminho da ida
para o retorno. A empresa Peruana Flores foi a melhor e mais barata que
encontramos para fazer o percurso, recomenda-se pagar um pouco mais caro e
fazer o trajeto com o ônibus Imperiale, é infinitamente melhor que o outro.
Chegamos
em Iquique com a intensão de ficarmos apenas um dia e já partir rumo ao Brasil,
porém dois dos nossos não estavam muito bem do estômago; Canini e Fernanda,
assim, por segurança decidimos ficar um dia a mais, e valeu a pena! Encontramos
nosso amigos Agustin, do Uruguai, novamente no hostel, Backpackers, o que foi um
enorme prazer!
Ao
final, combinamos de sair no outro dia logo pela manhã, mas... mas... tínhamos
"perdido" a câmera fotográfica! Por um descuido deixamos a câmera
sobre uma estante de livros e quando fomos buscá-la já não estava mais lá.
Decidimos esperar pelo pessoal do staff para saber se alguém havia visto ou
guardado em algum lugar diferente, esperamos e esperamos e nada, infelizmente
não conseguimos recuperar a câmera, a sorte foi que perdemos poucas fotos, pois
a maioria já havia sido descarregada.
Saímos
de Iquique já era tarde e nessa havíamos acrescentado 2 dias a mais na viagem
de volta ao Brasil; o caminho é longo. Na volta esperamos ainda encontrar o Rali
Dakar em alguma das cidades que fazem parte do nosso caminho.
É
isso! Estamos na estrada de volta para casa, que pena... O tempo voa...
Já
em Maringá faremos nosso último post, de despedida. A volta é triste, mas é
sempre melhor voltar do que nunca ter ido.
Um
abraço repleto de boas lembranças e boas vibrações para um ano novo cheio de
viagens e novas aventuras!
Expedição
Petrollera
A caminhada foi visivelmente cansativa, porém recompensadora. |
Machu Picchu em sua foto tradicional. |
O amor em Machu Picchu... |
Sempre Brasil!!! |
Machu Picchu |
O retorno. |
Um dos diversos riachos nos quais nos refrescamos |
Galera do ano novo em Cusco! |
Virada de ano na Plaza de Armas - Cusco |
Expedição Petrollera. Bem vindo 2015, muitas viagens a todos!! |
O típico almoço em família. |
Jantar em Iquique com nosso caríssimo amigo Agustin! |
Orla de Iquique - Chile |
Leão marinho e pelicanos em Iquique - Chile |
Vista do hostel em Iquique - Chile |