quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

No caminho dos Incas - parte 2

O portão se abriu as 5 da manhã e a nossa aventura continuou; tínhamos uma subida de 1400 metros para fazer em 1h 30 min, já que nosso guia estaria nos esperando lá em cima as 6:30, e a subida foi literalmente A subida! Imagine uma escada de aproximadamente 1200 metros localizada a mais de 2400 metros acima do nível do mar! A subida foi cansativa ao extremo, porém recompensadora. Acreditamos que esse sacrifico seja necessário, já que estamos entrando numa cidade sagrada.

O Machu Picchu que conhecemos hoje foi oficialmente redescoberto em 1911 por um professor norte-americano da Universidade de Yale, Hiram Bingham, quando os espanhóis chegaram ao Peru não chegaram a invadir a cidade e por isso ela foi apelidada como a "cidade perdida", que na verdade já não é tão perdida assim, pois milhares de turistas a descobre todos os dias. Ainda hoje não se sabe o real propósito do Machu Picchu, apenas que sua localização entre as montanhas mais altas indicam uma aproximação com os deuses e, além disso, elas estão em alinhamento com importantes eventos astronômicos. Tão impressionante quanto tudo o que se vê são as características de engenharia super avançadas, uma delas é o uso de pedras precisamente cortadas para serem encaixadas sem o uso de argamassa, nosso guia nos explicou que uma das vantagens dessa técnica é que se terremotos atingissem a região as pedras se moveriam de acordo com o movimento da terra e depois se reassentavam, impedindo o colapso das construções.

A cada passo em Machu Picchu é um novo descobrimento, é um lugar cheio de história e cultura, que é possível ser sentido através da energia e do contato próximo e direto com a natureza.

Realizamos toda a visita guiada e depois fomos apenas nós 4 visitar os pontos que não tínhamos passado. O destino era El Templo Del Condór, porém numa entrada antes nós nos perdemos, e em meio aquela imensidão de pessoas e lugar apenas o sol poderia nos ajudar, mas o tempo estava fechado. Como nosso tempo de visita era curto, tínhamos que começar a caminhada de volta a hidrelétrica até as 11:30, individualmente resolvemos voltar para a entrada principal e finalmente depois de muita procura e preocupação nos encontramos, sãos e salvos.

Ainda estávamos derrotados com a subida, mas tínhamos mais uma descida de 1200 metros e 10km para andar até a hidrelétrica, onde tomaríamos a van de volta à Cusco. No fim, a descida nos tomou 34 minutos e a volta mais duas horas e meia, pois fomos parando em todas as cachoeiras para molhar o pé e refrescar-nos. Quando chegamos na van a sensação de liberdade e de dever cumprido nos invadiu. A caminhada compensou e se auto recompensou; natureza, energia e endorfina. Ainda assim recomendamos que a subida de Águas Calientes até Machu Picchu seja feita de ônibus, pois a subida é longa e exaustiva e por isso se gasta muito tempo e energia antes de visitar o Patrimônio da Humanidade.

Já era tarde da noite quando chegamos em Cusco, prontos para uma bela noite de sono após dois dias repletos de memórias inesquecíveis. O dia seguinte já seria a noite de ano novo, que em Cusco recomenda-se passar a virada na praça, Plaza de Armas, tanto turistas e locais vão para lá, onde há uma linda festa com direito a queima de fogos pertinho de você; tão perto que chega a ser perigoso, qualquer um pode estourar um rojão e esses podem ter algumas falhas e estourar no seu pé ou passar próximo de você. Cuide-se!

A nossa noite foi maravilhosa! O casal Fernanda e Moreno foi ter um jantar romântico num restaurante típico, Ima Sumaq, e como bons "críticos culinários" não aceitamos de primeira o prato que veio a nossa mesa, pedimos para trocar - pedimos uma carne de Carneiro, que estava praticamente congelada, e um filé de leitão andino, que estava muito seco. Apesar da bela apresentação do prato e do atendimento razoável, a comida não valeu a pena; por isso não recomendamos o restaurante - o valor não condiz com a qualidade do produto. Os meninos comeram um lanche na rua (o que rendeu ao Canini uma bela indigestão no dia seguinte) juntamente com o pessoal que encontramos no hostel em que ficamos hospedados, depois nos encontramos na praça e fizemos uma linda festa!

O primeiro dia do ano contou com a típica "reunião em família", mas dessa vez os amigos foram a família que nos permitiram escolher. O hostel Ukukus nos deu a oportunidade de encontrar e reencontrar amigos que conhecemos durante a viagem. Fizemos um almoço para um peruano, frances, australiano, chinês, brasileiros, argentinos e alemães. A cozinha era grande e tivemos espaço para fazer a festa! Assim, não poderíamos deixar de recomendar o hostel e agradecer pela hospitalidade e gentileza que todo o staff nos ofereceu. E aos nossos amigos um MUITO OBRIGADA pela companhia e boas energias!

Saímos de Cusco naquele dia a noite rumo a Iquique e fizemos o mesmo caminho da ida para o retorno. A empresa Peruana Flores foi a melhor e mais barata que encontramos para fazer o percurso, recomenda-se pagar um pouco mais caro e fazer o trajeto com o ônibus Imperiale, é infinitamente melhor que o outro.

Chegamos em Iquique com a intensão de ficarmos apenas um dia e já partir rumo ao Brasil, porém dois dos nossos não estavam muito bem do estômago; Canini e Fernanda, assim, por segurança decidimos ficar um dia a mais, e valeu a pena! Encontramos nosso amigos Agustin, do Uruguai, novamente no hostel, Backpackers, o que foi um enorme prazer!

Ao final, combinamos de sair no outro dia logo pela manhã, mas... mas... tínhamos "perdido" a câmera fotográfica! Por um descuido deixamos a câmera sobre uma estante de livros e quando fomos buscá-la já não estava mais lá. Decidimos esperar pelo pessoal do staff para saber se alguém havia visto ou guardado em algum lugar diferente, esperamos e esperamos e nada, infelizmente não conseguimos recuperar a câmera, a sorte foi que perdemos poucas fotos, pois a maioria já havia sido descarregada.

Saímos de Iquique já era tarde e nessa havíamos acrescentado 2 dias a mais na viagem de volta ao Brasil; o caminho é longo. Na volta esperamos ainda encontrar o Rali Dakar em alguma das cidades que fazem parte do nosso caminho.

É isso! Estamos na estrada de volta para casa, que pena... O tempo voa...

Já em Maringá faremos nosso último post, de despedida. A volta é triste, mas é sempre melhor voltar do que nunca ter ido.

Um abraço repleto de boas lembranças e boas vibrações para um ano novo cheio de viagens e novas aventuras!



Expedição Petrollera

A exaustiva subida de 1400 metros a Machu Picchu!!!!

A caminhada foi visivelmente cansativa, porém recompensadora.

Machu Picchu em sua foto tradicional.

O amor em Machu Picchu... 
Sempre Brasil!!!

Machu Picchu 


O retorno.

Um dos diversos riachos nos quais nos refrescamos

Galera do ano novo em Cusco!

Virada de ano na Plaza de Armas - Cusco

Expedição Petrollera. Bem vindo 2015, muitas viagens a todos!!

O típico almoço em família.


Jantar em Iquique com nosso caríssimo amigo Agustin!
Orla de Iquique - Chile

Leão marinho e pelicanos em Iquique - Chile 
Vista do hostel em Iquique - Chile