quarta-feira, 2 de março de 2016

Cusco: Machupicchu - Cidade Sagrada



Depois de ser “esfolado” pelos policiais do Peru, seguimos de Puno a Cusco. Viagem tranqüila e sem problemas. Paisagem bonita na estrada, mas como alertou um grande companheiro, Franklin Galvão, emérito professor da UFPr – Escola de Floresta, o Peru está bem degradado em termos de ecossistemas naturais. A Bolívia é bem mais conservada, principalmente no altiplano andino.

Chegamos a Cusco, nos alojamos no Hostel Ukukus e fomos ao centro da cidade, apreciar a Plaza de Armas e ajustar os passeios pelos atrativos.

Compramos os pacotes turísticos: city tour com Qorikancha (Templo do Sol), Saqsaywaman, Tambomachay (“lugar de descanso” – destinado ao culto da água), Q'inqu (“labirinto”) e, a maior atração, Machupicchu.

Para Machupicchu optamos pela rota da Hidreléctrica. Essa rota foi uma sugestão do Moreno, que no ano anterior a tinha feito.

Para esse pacote todo, incluindo translado (van de Cusco a Hidreléctrica), ingresso de entrada em Machupicchu , guia, duas noites em Águas Calientes – agora denominada de Pueblo Machupicchu - com jantar incluído e lanches, pagamos US$ 110,00 por pessoa. Achamos o preço bom, pois se optássemos por ida em van e trem, o custo iria para US$ 220,00 por pessoa.

Fizemos o passeio pelos atrativos ao redor de Cusco, que é algo de excepcional. Visualizar as fotos já é uma coisa fantástica, mas quando você conhece a história, as passagens, os fatos que aconteceram, os registros antecedentes... as fotos tem outro valor, outro significado. Por isso dizemos: fotos lindas, estampam a paisagem, mas fica o vazio da história.

Preencher esse vazio, só indo lá, escutar, refletir... e, daí, as fotos tomarão outras cores.


Qorikancha (Templo do Sol) - O sistema de dominação cultural dos espanhóis foi esse: onde havia um templo Inca ele foi destruído e em cima foi construído uma igreja católica.













Saqsaywaman


No dia da viagem de van para Hidreléctrica nos preparamos, pois fomos alertados pelo Moreno que a viagem ia ser perigosa. Estrada estreita, de terra, sobre precipícios, que ao menor vacilo poderia ser fatal. A todos da van!!! Quem tem medo de ribanceira deve colocar um tapa-olho, respirar fundo e relaxar.

Saímos cedo de Cusco, almoçamos no caminho (incluso no pacote) e chegamos as 16:00 na Hidreléctrica. De lá tem que fazer uma caminhada de 10km sobre os trilhos de trem. Nosso receio era pegar a noite no caminho, pois não tem luminosidade e caminhar a noite sobre trilho de trem é bastante perigoso: uma torção de pé e pronto, acaba o passeio!


Estrada para Hidreléctrica. Estrada asfáltica e de terra (rípio).

Paisagem pelo caminho - Um grande Cerro Nevado

Caminhamos firmes e chegamos já anoitecendo em Pueblo Machupicchu . O guia estava nos esperando, nos levou ao hostel e combinamos de jantar juntos (incluso no pacote) para ele nos passar os detalhes da subida no outro dia para Machupicchu .




Jantar agradável, com cardápio de “trucha a lo pobre”, cervejas e fomos descansar para o outro dia estar bem.

E estávamos bem!

Passeio maravilhoso! Não contaremos detalhes históricos do local, pois na internet tem muita informação e, também, já fizemos isso em “posts” anteriores nesse blog. (ver: http://elreydelaruta40.blogspot.com.br/2014/02/machu-picchu-cidade-sagrada-jamais.html).

As fotos mostrarão um pouco das belezas do local (para ampliar, click em cima da foto).













Machupicchu desde a Porta do Sol - Inti Punku


Moreno e Taiana em 2016 e 1997

Equipe Petrollera II

Percebemos que a cada ano o sistema do tour em Machupicchu está mudando. Ficando cada vez mais restrito. Há locais onde o guia não te leva mais. Agora eles estão levando um álbum de fotos e quando falam de um lugar que tem história e não passaremos, ele mostra as fotos.

Sabemos que tem que ter um processo organizacional no roteiro do passeio, que tem locais mais sensíveis, que o pisoteio e passagem de muitas pessoas vai acabar impactando o local. Pudemos perceber nessa visita que está mais restrito os locais de acesso e que tende a cada dia ficar pior, em termos de restrição. Por isso indicamos: quem tiver intenção de ir a Machupicchu, que vá logo, antes que o acesso fique tão restrito que você verá Machupicchu só de longe.

Eu (João Batista) e o Moreno fomos pela quarta vez a Machupicchu. Não cansamos de ir e todas as vezes foi espetacular.

As idas anteriores que eu fui foi assim: uma vez de Cusco a Machupicchu de trem (o custo atual é US$ 280,00/pessoa), outra vez pelo Caminho Inca e uma vez de Cusco a Ollantaitambo de van e de lá de trem até Machupicchu (custo atual US$ 220,00/pessoa). Com as experiências acumuladas eu digo que o roteiro do Caminho Inca é incontestavelmente o mais aventureiro e bonito, mas é restrito a quem tem bom condicionamento físico.

Quem não tem um bom condicionamento físico, mas não tem problemas de caminhar, vá pela Hidreléctrica (US$ 110,00/pessoa). É muito mais interessante do que de trem.

E a caminhada da Hidreléctrica até Machupicchu é tranqüila. Caminho plano e sossegado.

Parodiando o poeta:

 “Anda,
Com o pé eu vou
Que o pé não costuma faiá”!


Vá, caminhe!!!